segunda-feira, 1 de julho de 2013

Diferenças entre os modelos Alopático e Homeopático









Introdução

Para estabelecermos as diferentes abordagens terapêuticas que conduzem a medicina homeopática e a medicina alopática por caminhos tão distintos, partiremos do entendimento do que é o ser vivo, a causa dos desequilíbrios funcionais e a metodologia adotada para restaurar tal equilíbrio.

O Ser Vivo

Considera-se tradicionalmente que uma entidade para ser entendida como ser vivo deve exibe os fenômenos abaixo pelo menos uma vez durante a sua existência:
                              1.            Desenvolvimento
                              2.            Metabolismo
                              3.            Crescimento
                              4.            Movimento
                              5.            Reprodução
                              6.            Resposta a estímulos
                              7.            Evolução

O Desequilíbrio Energético – a “Doença”

A saúde em linhas gerais pode ser definida como o resultado de fatores essenciais que estabelecem um quadro de bem-estar:
                              1.            Equíbrio mental
                              2.            Harmonia orgânica
                              3.            Ajustamento social
                              4.            Ajustamento a seu habitat
Quando um desses elementos deixa de existir, pode-se considerar que a saúde cede lugar à perturbação, que afeta qualquer área do conjunto psicofísico.

A Harmonização

A tentativa de aliviar e curar as dores e o sofrimento data dos tempos imemoriais e se confunde com a própria história da humanidade e a harmonização são os processos terapêuticos empregados para restaurar o equilíbrio energético.

Evolução da Medicina

Medicina é a ciência que investiga a natureza e as causas das doenças humanas, procurando sua cura e prevenção. A saúde humana é seu objeto de estudo. Ela pesquisa e trata disfunções e moléstias, escolhendo os melhores procedimentos para preveni-las e combatê-las. Em sua história constatamos a contribuição de todos os povos nesta arte que constitui a medicina. Confunde-se, portanto com a história das civilizações. Exemplos de contribuições: Medicina Tradicional Chinesa, Medicina Ayurveda, Medicina Indígena, Medicina Popular entre outras praticas.
Nossa sociedade, sob a influência da cultura europeia (colonizadora), herdeira da filosofia greco-romana, toma sem questionamento o modelo das pratica terapêuticas oriundas desta ideologia, que se convencionou chamar de “medicina”.
Terapêutica são os recursos que uma sociedade põe a disposição de seus membros que estão doentes ou que, por diversos motivos, atravessam períodos críticos de vida, com vista restaurar a saúde.
Apolo uma das divindades do panteão greco-romana. Filho de Zeus e Leto, irmão gêmeo de Ártemis, dentre seus atributos e funções, era o deus cura e da proteção contra as forças malignas. Era ainda, o deus da beleza, da perfeição, da harmonia, do equilíbrio, da razão e relacionado com a medicina.
Conta à lenda que Apolo e sua irmã Artemisa ensinaram a Chiron, filho de Saturno, a arte da Música e da Medicina.
Chiron, por sua vez, transmitiu esses conhecimentos a Esculápio, filho de Apolo com a ninfa Coronis. Esculápio tornou-se bom médico e hábil cirurgião
Em homenagem a Esculápio criaram-se templos chamados Asclépias, onde os doentes depositavam as chamadas tábuas votivas, que relatavam o motivo de suas queixas, a duração da doença e finalmente como saravam, e que serviram de modelo de aprendizagem.
Nessa época duas escolas se sobressaíram, a de Cós e Cnido, tornando-se verdadeiros templos da observação médica, que serviram de modelo às nossas escolas médicas atuais.
Hygeia, filha Esculápio e suas cinco irmãs herdaram facetas da arte de Apollo, Hygieia ("Higiene", a deusa / personificação da saúde, limpeza e saneamento), Panacea (a deusa do remédio Universal), Iaso (a deusa da recuperação de uma doença), Aceso (a deusa do processo de cicatrização) e Aglæa (a deusa da beleza, esplendor, glória, magnificência e adorno).
Mas foi Hipócrates, que viveu de 460 a 373 a C., dotado de elevado espírito de observação que compilou seus conhecimentos e os de sua época sob a forma de “Aforismas” o que lhe conferiu o título de Pai da Medicina.
Enunciou o preceito básico de cura, "Similia similibus curantur" (os semelhantes se curam pelos semelhantes).
A cura pelos contrários foi defendida por Galeno. Por este método utiliza-se o "anti", isto é, diante de uma febre administra-se um antifebril; da presença de um verme, um "anti – verme” (anti-helmíntico); e de uma bactéria, um antibiótico (anti = contra, bio = vida), etc.
A cirurgia não é homeopatia ou alopatia. É uma terapêutica própria, o termo tem origem no latim chirurgia, do grego kheirurgia, “feito com a mão”, de kheiros, “mão”, mais ergon, “trabalho”. Não se pode desprezar o valor desta arte.
É importante ressaltar que não existe a medicina homeopática ou alopática. A medicina é uma só. O que difere ente a Homeopatia e a tradicionalmente chamada Alopatia é a abordagem peculiar a cada método terapêutico, alopatia trata pelos contrários e homeopatia pelos semelhantes, como veremos mais à frente. Temos ainda a Medicina Tradicional Chinesa, Medicina Ayurveda, entre outras abordagens que sob outras óticas buscam também restaurar o equilíbrio energético.

Modelo Alopático

Sob influência da Escola de Cnido as correntes mecanicistas, materialistas, organicistas e antivitalistas, tinham como pressuposto fundamental a percepção do organismo humano como uma máquina, relacionando a doença com alterações fisiológicas e com o foco voltado para as áreas de anatomia, fisiologia e depois bioquímica. Em suma, para esta corrente de pensamento há doenças a serem tratadas e não doentes, isto é, no modelo de medicina oficial os seres vivos não são tratados como únicos e tampouco como um todo.
Contraria Contrariis Curantur”, os contrários são curados pelos contrários, base terapêutica medicamentosa alopática, que é a origem da atual alopatia. Tal medicina centra sua atenção na concepção de doença como desordem orgânica, no plano biológico e somático, no qual busca explicar o que provocou o rompimento do estado de equilíbrio do organismo. Esta explicação passa pela célula, órgão, indivíduo e família, apoia-se em relações de causa e efeito, considera o enfermo como um organismo-máquina, o reduz a um grupo de peças que devem funcionar exatamente iguais em todos os sujeitos.
Tais condutas obedecem ao modelo de tratamento da doença local, onde procuram corrigir ou suprimir a desordem orgânica através de um medicamento que atue em sentido contrário ao da doença. Todavia, se é uma febre receita-se um antitérmico para baixá-la, e se é uma inflamação, a prescrição é de anti-inflamatórios. Contudo, nota-se que tal procedimento só irá fazer com que essas enfermidades se internalizem na pessoa doente, que estará curada parcialmente e não de uma forma ampla, que é o ideal de cura, pois quem estará curado é a pessoa e não a doença local.

Modelo Homeopático

Princípios Fundamentais da Homeopatia

A homeopatia tem do ser vivo uma visão holística, em seus aspectos mental, emocional e físico, que vão além dos entendidos pelo modelo alopático e fundamenta-se em leis naturais fixas e imutáveis que são seus Princípios Fundamentais:
1.      Lei dos semelhantes
2.      Experimentação no homem são
3.      Doses mínimas e dinamizadas
4.      Medicamento único

1. Lei dos semelhantes

Hahnemann retomou o princípio da semelhança de Hipócrates (460 - 377 a.C.). Por esta visão o medicamento homeopático imprime à energia vital um padrão vibratório semelhante e mais forte que o do distúrbio.
Pela Lei dos Semelhantes, as substâncias existentes na natureza (de origem mineral, vegetal e animal) têm a potencialidade de curar os mesmos sintomas que são capazes de produzir.

2. Experimentação no homem são

São feitas experimentações com substâncias preparadas homeopaticamente, em homens sãos a fim de se observar a manifestação de sinais objetivos pelos sentidos e sintomas e sensações subjetivas, que vão surgindo nos experimentadores, e são cuidadosamente anotados e classificados e analisados, dando origem ao que se chama de Patogenesia.
É a esse conjunto de sintomas de um determinado medicamento que se denomina de Patogenesia e que é ao que homeopata recorre a fim de encontrar o medicamento mais semelhante a cada caso, medicamento que é conhecido por Simillimum.
Pro este experimento é fácil entender que o medicamento homeopático pode, potencialmente, provocar os mesmos sintomas do distúrbio, que é capaz de curar e inclusive causar prejuízo a saúde se usado inadequadamente.

3. Doses mínimas e dinamizadas

A princípio, as diluições usadas causavam sérias agravações, pois continham ainda muita matéria, e ainda causavam sérias agravações aos pacientes. Passou-se a diluir cada vez mais os medicamentos, percebendo que assim obtinham-se melhores resultados principalmente quando eram agitados. Foi assim que chegou às doses extremamente diluídas (infinitesimais) e dinamizadas.
Concluiu-se que não era a quantidade de substância que importava, mas sim a menor quantidade e mais agitada (sucussionada) fosse essa diluição, maior potencial de energia curativa possuíam. Portanto, o medicamento homeopático é uma forma de energia que atua sobre a Energia Vital dos seres vivos.

4. Medicamento Único

Hahnemann recomendava o uso de apenas um medicamento de cada vez, ou seja, o medicamento que contivesse o maior número de sintomas que o paciente apresentasse.
Existem divergências, como em todas as especialidades médicas e em todas as áreas do conhecimento humano, entre as várias escolas homeopáticas em todo mundo. Todas têm suas razões e ponderações, mais o que ainda prevalece é o princípio do medicamento único.

Lei de Arndt-Schultz

(Rudolf Arndt-Hugo Paul Friedrich Schulz)
Um estímulo químico forte gera uma baixa de energia vital, um estimulo químico fraco geral alta de energia vital
Na alopatia pelo uso de medicamentos químicos gera baixa de energia vital. No caso da homeopatia os estímulos energéticos são potencializados: portanto o poder da substância não vai se encontrar na sua quantidade, mas sim na sua configuração energética, que aparece indefinidamente após sucessivas diluições e dinamizações tendendo ao infinito. Ou seja, quanto mais diluído e mais dinamizado, menor seu estímulo químico, será gerado uma maior energia vital ou inversamente, quanto maior o estimulo químico, será gerada uma menor energia vital.

Lei de Hering

(Constantin Hering)
      1.            A cura procede de cima para baixo, em certos processos que abarcam a totalidade do individuo.
      2.            A cura procede de dentro para fora espontaneamente em todos os pacientes.
      3.            Os sintomas desaparecem na mesma ordem em que surgiram, aliviando-se primeiro os órgãos mais importantes ou mais vitais após os menos importantes e finalmente mucosas e pele.
      4.            À medida que vão desaparecendo os últimos sintomas vão reaparecendo os mais antigos.
A lei de Hering inicialmente constatada pela homeopatia na verdade ocorre em todas as terapias energéticas, independente da fase que ela esta sendo aplicada. Os sintomas energéticos, mentais e emocionais podem ser verificados em todas as terapias energéticas. Qualquer estímulo terapêutico positivo, acessado na fase energética desencadeia grandes melhoras nos sintomas energéticos, mentais e emocionais da pessoa, resultando em: aumento do raciocínio, redução da ansiedade, irritabilidade, medos, fobias, neuroses, insatisfações, agressividade, memória, etc.

Diferenças

Quanto ao conceito do que é o ser vivo fica patente à diferença entre as duas escolas, a homeopática entende o ser vivo como alma, mente e corpo (Espírito e seus aspectos mental, emocional e físico) sendo que, é no espírito que reside a causa primária de qualquer desequilíbrio energético, já na abordagem alopática, o entendimento é mecanicista, a vida se reproduz pela vida, a partir do código genético, que por erro pode gerar desajustes (desequilíbrios de origem hereditária), não leva em consideração a força primária, energética, espiritual que é a matriz da vida, e o consequente fator de geração da matéria que se observa no mundo sensível.
As desarmonias e desequilíbrios constitucionais e funcionais são para a homeopatia consequência e não a causa, está relacionada ao estilo de vida, da forma como o sujeito reage e interage as circunstâncias que se apresentam Os desequilíbrios funcionais e as desarmonias congênitas para a alopatia as causas são bioquímicas, hereditárias.

Conclusão

A História da Medicina Ocidental nos apresentam duas escolas filosóficas, ambas teorizadas na Grécia antiga:
·         Hipocrática (Escola de Cós) - “Homeopatia
·         Galênica (escola de Cnido) - “Alopatia
A Escola de Cós com tendências humanísticas, vitalistas e antropológicas, defendia a medicina do doente; a mesma propunha que a pessoa possui uma unidade vital semelhante à unidade cósmica. Um doente deve ser considerado no seu todo, a alma e o corpo expresso na força vital, que é a energia que circula em toda natureza e em nosso corpo, favorecendo a renovação celular, circulação sanguínea, impulsos neurais etc...
A Escola de Cnido influenciou às correntes materialistas, organicistas, mecanicistas e antivitalistas. Galeno defendia a medicina da doença, esta, a medicina Galênica, desconhece a força vital, não se preocupa com a energia da pessoa e tenta curar o doente dando ênfase no órgão afetado.
Esses dois campos vigoram até hoje, a Medicina Galênica com grande impulso nos tempos atuais, concentra seus esforços e pesquisas financeiras a procura da doença no órgão local. A Medicina Hipocrática, dedicando-se a cura integral do doente, usa métodos e técnicas diferentes da Medicina Galênica, em virtude dos princípios curativos: visam atingir primeiro os corpos energéticos e depois os corpos físicos.
O método alopático visa à parte física do corpo acessando a doença através de exames externos por meio de instrumentos e aparelhos cada vez mais sofisticados, sempre analisando, observando à doença, o órgão doente. Já o método homeopático dando ênfase a avaliação energética visa identificar o desequilíbrio da pessoa. Ao terapeuta compete ouvir as queixa a descrição dos sintomas e sensações  e pela Lei de Arndt-Schultz e Lei de Hering é possível explicar os mecanismos de ação do medicamento homeopático.
A despeito da rivalidade propalada pelos defensores de ambas as técnicas terapêuticas o que deve ser alcançado é união de esforços por seus objetivos em comum, ou seja, o equilíbrio, harmonia e saúde do indivíduo, de forma que estas duas escolas possam contribuir complementarmente para o bem estar do ser vivo.

Bibliografia

-        Moreno, José A - Medicina Energética e o confronto com a Medicina Oficial, 6ª Ed, Editora Homeopática Hahnemammiana, BH, 2011
-        Wikipédia - Portal:Mitologia greco-romana

Nenhum comentário:

Postar um comentário