Introdução
Para estabelecermos as diferentes abordagens terapêuticas
que conduzem a medicina homeopática e a medicina alopática por caminhos tão
distintos, partiremos do entendimento do que é o ser vivo, a causa dos
desequilíbrios funcionais e a metodologia adotada para restaurar tal equilíbrio.
O Ser Vivo
Considera-se tradicionalmente que uma entidade para ser
entendida como ser vivo deve exibe os fenômenos abaixo pelo menos uma vez
durante a sua existência:
1.
Desenvolvimento
2.
Metabolismo
3.
Crescimento
4.
Movimento
5.
Reprodução
6.
Resposta a
estímulos
7.
Evolução
O Desequilíbrio Energético – a “Doença”
A saúde em linhas gerais pode ser definida como o resultado de fatores
essenciais que estabelecem um quadro de bem-estar:
1.
Equíbrio mental
2.
Harmonia orgânica
3.
Ajustamento social
4.
Ajustamento a seu habitat
Quando um desses elementos deixa de existir, pode-se considerar que a
saúde cede lugar à perturbação, que afeta qualquer área do conjunto
psicofísico.
A Harmonização
A tentativa de aliviar e curar as dores e o sofrimento data
dos tempos imemoriais e se confunde com a própria história da humanidade e a harmonização
são os processos terapêuticos empregados para restaurar o equilíbrio
energético.
Evolução da Medicina
Medicina é a ciência que investiga a natureza e as causas
das doenças humanas, procurando sua cura e prevenção. A saúde humana é seu
objeto de estudo. Ela pesquisa e trata disfunções e moléstias, escolhendo os
melhores procedimentos para preveni-las e combatê-las. Em sua história
constatamos a contribuição de todos os povos nesta arte que constitui a
medicina. Confunde-se, portanto com a história das civilizações. Exemplos de
contribuições: Medicina Tradicional Chinesa, Medicina Ayurveda, Medicina
Indígena, Medicina Popular entre outras praticas.
Nossa sociedade, sob a influência da cultura europeia
(colonizadora), herdeira da filosofia greco-romana, toma sem questionamento o modelo
das pratica terapêuticas oriundas desta ideologia, que se convencionou chamar
de “medicina”.
Terapêutica são os recursos que uma sociedade põe a
disposição de seus membros que estão doentes ou que, por diversos motivos,
atravessam períodos críticos de vida, com vista restaurar a saúde.
Apolo uma das divindades do
panteão greco-romana. Filho de Zeus e
Leto, irmão gêmeo de Ártemis, dentre seus atributos e
funções, era o deus cura e da proteção contra as forças malignas. Era ainda, o
deus da beleza, da perfeição, da harmonia, do equilíbrio, da razão e relacionado
com a medicina.
Conta à lenda que Apolo
e sua irmã Artemisa ensinaram a Chiron, filho de Saturno, a arte da Música e da Medicina.
Chiron, por sua
vez, transmitiu esses conhecimentos a Esculápio,
filho de Apolo com a ninfa Coronis. Esculápio tornou-se bom médico e hábil cirurgião
Em homenagem a Esculápio
criaram-se templos chamados Asclépias,
onde os doentes depositavam as chamadas tábuas votivas, que relatavam o motivo
de suas queixas, a duração da doença e finalmente como saravam, e que serviram
de modelo de aprendizagem.
Nessa época duas escolas se sobressaíram, a de Cós e Cnido,
tornando-se verdadeiros templos da observação médica, que serviram de modelo às
nossas escolas médicas atuais.
Hygeia, filha Esculápio e suas cinco irmãs herdaram facetas da arte de Apollo, Hygieia
("Higiene", a deusa / personificação da saúde, limpeza e saneamento),
Panacea (a deusa do remédio
Universal), Iaso (a deusa da
recuperação de uma doença), Aceso (a
deusa do processo de cicatrização) e Aglæa
(a deusa da beleza, esplendor, glória, magnificência e adorno).
Mas foi Hipócrates, que viveu de 460 a 373 a C., dotado de
elevado espírito de observação que compilou seus conhecimentos e os de sua
época sob a forma de “Aforismas” o que lhe conferiu o título de Pai da
Medicina.
Enunciou o preceito básico de cura, "Similia similibus curantur" (os
semelhantes se curam pelos semelhantes).
A cura pelos contrários foi defendida por Galeno. Por este
método utiliza-se o "anti", isto é, diante de uma febre administra-se
um antifebril; da presença de um verme, um "anti – verme” (anti-helmíntico);
e de uma bactéria, um antibiótico (anti = contra, bio = vida), etc.
A cirurgia não é homeopatia ou alopatia. É uma terapêutica
própria, o termo tem origem no latim chirurgia,
do grego kheirurgia, “feito com a
mão”, de kheiros, “mão”, mais ergon, “trabalho”. Não se pode desprezar
o valor desta arte.
É importante ressaltar que não existe a medicina homeopática
ou alopática. A medicina é uma só. O que difere ente a Homeopatia e a tradicionalmente chamada Alopatia é a abordagem peculiar a cada método terapêutico, alopatia
trata pelos contrários e homeopatia pelos semelhantes, como veremos mais à
frente. Temos ainda a Medicina Tradicional Chinesa, Medicina Ayurveda, entre outras abordagens que sob outras óticas
buscam também restaurar o equilíbrio energético.
Modelo Alopático
Sob influência da Escola de Cnido as
correntes mecanicistas, materialistas, organicistas e antivitalistas, tinham
como pressuposto fundamental a percepção do organismo humano como uma máquina,
relacionando a doença com alterações fisiológicas e com o foco voltado para as
áreas de anatomia, fisiologia e depois bioquímica. Em suma, para esta corrente
de pensamento há doenças a serem tratadas e não doentes, isto é, no modelo de
medicina oficial os seres vivos não são tratados como únicos e tampouco como um
todo.
“Contraria
Contrariis Curantur”, os contrários são curados pelos contrários, base
terapêutica medicamentosa alopática, que é a origem da atual alopatia. Tal
medicina centra sua atenção na concepção de doença como desordem orgânica, no
plano biológico e somático, no qual busca explicar o que provocou o rompimento
do estado de equilíbrio do organismo. Esta explicação passa pela célula, órgão,
indivíduo e família, apoia-se em relações de causa e efeito, considera o
enfermo como um organismo-máquina, o reduz a um grupo de peças que devem
funcionar exatamente iguais em todos os sujeitos.
Tais condutas obedecem ao modelo de
tratamento da doença local, onde procuram corrigir ou suprimir a desordem
orgânica através de um medicamento que atue em sentido contrário ao da doença.
Todavia, se é uma febre receita-se um antitérmico para baixá-la, e se é uma
inflamação, a prescrição é de anti-inflamatórios. Contudo, nota-se que tal
procedimento só irá fazer com que essas enfermidades se internalizem na pessoa
doente, que estará curada parcialmente e não de uma forma ampla, que é o ideal
de cura, pois quem estará curado é a pessoa e não a doença local.
Modelo Homeopático
Princípios Fundamentais da Homeopatia
A homeopatia tem do ser vivo uma visão holística, em seus
aspectos mental, emocional e físico, que vão além dos entendidos pelo modelo
alopático e fundamenta-se em leis naturais fixas e imutáveis que são seus
Princípios Fundamentais:
1.
Lei dos semelhantes
2.
Experimentação no homem são
3.
Doses mínimas e dinamizadas
4.
Medicamento único
1. Lei dos semelhantes
Hahnemann retomou o princípio da semelhança de Hipócrates
(460 - 377 a.C.). Por esta visão o medicamento homeopático imprime à energia
vital um padrão vibratório semelhante e mais forte que o do distúrbio.
Pela Lei dos Semelhantes, as substâncias existentes na
natureza (de origem mineral, vegetal e animal) têm a potencialidade de curar os
mesmos sintomas que são capazes de produzir.
2. Experimentação no homem são
São feitas experimentações com substâncias preparadas
homeopaticamente, em homens sãos a fim de se observar a manifestação de sinais
objetivos pelos sentidos e sintomas e sensações subjetivas, que vão surgindo
nos experimentadores, e são cuidadosamente anotados e classificados e
analisados, dando origem ao que se chama de Patogenesia.
É a esse conjunto de sintomas de um determinado medicamento que
se denomina de Patogenesia e que é ao que homeopata recorre a fim de encontrar
o medicamento mais semelhante a cada caso, medicamento que é conhecido por Simillimum.
Pro este experimento é fácil entender que o medicamento
homeopático pode, potencialmente, provocar os mesmos sintomas do distúrbio, que
é capaz de curar e inclusive causar prejuízo a saúde se usado inadequadamente.
3. Doses mínimas e dinamizadas
A princípio, as diluições usadas causavam sérias agravações,
pois continham ainda muita matéria, e ainda causavam sérias agravações aos
pacientes. Passou-se a diluir cada vez mais os medicamentos, percebendo que assim
obtinham-se melhores resultados principalmente quando eram agitados. Foi assim
que chegou às doses extremamente diluídas (infinitesimais) e dinamizadas.
Concluiu-se que não era a quantidade de substância que
importava, mas sim a menor quantidade e mais agitada (sucussionada) fosse essa
diluição, maior potencial de energia curativa possuíam. Portanto, o medicamento
homeopático é uma forma de energia que atua sobre a Energia Vital dos seres vivos.
4. Medicamento Único
Hahnemann recomendava o uso de apenas um medicamento de cada
vez, ou seja, o medicamento que contivesse o maior número de sintomas que o
paciente apresentasse.
Existem divergências, como em todas as especialidades
médicas e em todas as áreas do conhecimento humano, entre as várias escolas
homeopáticas em todo mundo. Todas têm suas razões e ponderações, mais o que
ainda prevalece é o princípio do medicamento único.
Lei de Arndt-Schultz
(Rudolf Arndt-Hugo Paul Friedrich
Schulz)
“Um estímulo químico forte gera uma baixa de
energia vital, um estimulo químico fraco geral alta de energia vital”
Na alopatia pelo
uso de medicamentos químicos gera baixa de energia vital. No caso da homeopatia
os estímulos energéticos são potencializados: portanto o poder da substância
não vai se encontrar na sua quantidade, mas sim na sua configuração energética,
que aparece indefinidamente após sucessivas diluições e dinamizações tendendo
ao infinito. Ou seja, quanto mais diluído e mais dinamizado, menor seu estímulo
químico, será gerado uma maior energia vital ou inversamente, quanto maior o
estimulo químico, será gerada uma menor energia vital.
Lei de Hering
(Constantin Hering)
1.
A cura
procede de cima para baixo, em certos processos que abarcam a totalidade do
individuo.
2.
A cura
procede de dentro para fora espontaneamente em todos os pacientes.
3.
Os
sintomas desaparecem na mesma ordem em que surgiram, aliviando-se primeiro os
órgãos mais importantes ou mais vitais após os menos importantes e finalmente
mucosas e pele.
4.
À
medida que vão desaparecendo os últimos sintomas vão reaparecendo os mais
antigos.
A lei de Hering
inicialmente constatada pela homeopatia na verdade ocorre em todas as terapias
energéticas, independente da fase que ela esta sendo aplicada. Os sintomas
energéticos, mentais e emocionais podem ser verificados em todas as terapias
energéticas. Qualquer estímulo terapêutico positivo, acessado na fase
energética desencadeia grandes melhoras nos sintomas energéticos, mentais e
emocionais da pessoa, resultando em: aumento do raciocínio, redução da
ansiedade, irritabilidade, medos, fobias, neuroses, insatisfações,
agressividade, memória, etc.
Diferenças
Quanto ao conceito do que é o ser vivo fica patente à
diferença entre as duas escolas, a homeopática entende o ser vivo como alma,
mente e corpo (Espírito e seus aspectos mental, emocional e físico) sendo que,
é no espírito que reside a causa primária de qualquer desequilíbrio energético,
já na abordagem alopática, o entendimento é mecanicista, a vida se reproduz
pela vida, a partir do código genético, que por erro pode gerar desajustes
(desequilíbrios de origem hereditária), não leva em consideração a força
primária, energética, espiritual que é a matriz da vida, e o consequente fator
de geração da matéria que se observa no mundo sensível.
As desarmonias e desequilíbrios constitucionais e funcionais
são para a homeopatia consequência e não a causa, está relacionada ao estilo de
vida, da forma como o sujeito reage e interage as circunstâncias que se apresentam
Os desequilíbrios funcionais e as desarmonias congênitas para a alopatia as
causas são bioquímicas, hereditárias.
Conclusão
A História da
Medicina Ocidental nos apresentam duas escolas filosóficas, ambas teorizadas na
Grécia antiga:
·
Hipocrática
(Escola de Cós) - “Homeopatia”
·
Galênica
(escola de Cnido) - “Alopatia”
A Escola de Cós com tendências humanísticas,
vitalistas e antropológicas, defendia a medicina do doente; a mesma
propunha que a pessoa possui uma unidade vital semelhante à unidade cósmica. Um
doente deve ser considerado no seu todo, a alma e o corpo expresso na força
vital, que é a energia que circula em toda natureza e em nosso corpo,
favorecendo a renovação celular,
circulação sanguínea, impulsos neurais etc...
A Escola de Cnido influenciou às correntes
materialistas, organicistas, mecanicistas e antivitalistas. Galeno defendia a
medicina da doença, esta, a medicina Galênica, desconhece a força vital, não se
preocupa com a energia da pessoa e tenta curar o doente dando ênfase no órgão
afetado.
Esses dois campos
vigoram até hoje, a Medicina Galênica
com grande impulso nos tempos atuais, concentra seus esforços e pesquisas
financeiras a procura da doença no órgão local. A Medicina Hipocrática, dedicando-se a cura integral do doente, usa
métodos e técnicas diferentes da Medicina
Galênica, em virtude dos princípios curativos: visam atingir primeiro os
corpos energéticos e depois os corpos físicos.
O método alopático
visa à parte física do corpo acessando a doença através de exames externos por
meio de instrumentos e aparelhos cada vez mais sofisticados, sempre analisando,
observando à doença, o órgão doente. Já o método homeopático dando ênfase a
avaliação energética visa identificar o desequilíbrio da pessoa. Ao terapeuta
compete ouvir as queixa a descrição dos sintomas e sensações e pela Lei de Arndt-Schultz e Lei de Hering é
possível explicar os mecanismos de ação do medicamento homeopático.
A despeito
da rivalidade propalada pelos defensores de ambas as técnicas terapêuticas o
que deve ser alcançado é união de esforços por seus objetivos em comum, ou
seja, o equilíbrio, harmonia e saúde do indivíduo, de forma que estas duas
escolas possam contribuir complementarmente para o bem estar do ser vivo.
Bibliografia
-
Moreno, José A - Medicina Energética e o confronto
com a Medicina Oficial, 6ª Ed, Editora Homeopática Hahnemammiana, BH, 2011
-
Wikipédia - Portal:Mitologia greco-romana
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